sábado, 27 de agosto de 2011

Um país sem miséria - e sem educação

Imagine um casal de lavradores que recebera um convite para uma festa do maior empresário da cidade. Eles ficam espantados, alegres e espantados, de novo! Junto com o convite, dois pacotes com os trajes para a festa.

Ao chegar ao local, eles recebem outro presente: o dono da festa lhes promete liberar crédito para montar uma livraria e uma escola de inglês no bairro onde moram. Alegre e perplexo novamente, o casal aceita, mas fica com uma dúvida: como irá fazer isso, se não sabem ler nem português, quanto mais “estrangeiro”? E pior: não existe nenhuma escola no seu bairro, e toda a população também não sabe ler!

Assim ocorre no Brasil: os governos até “fingem” que oferecem as oportunidades de a população saber seus direitos e deveres, bem como o Estado e a União têm trabalhado – tudo está disponível na internet, mas poucos têm o acesso a esta.

O lançamento do plano “Brasil sem miséria”, do Governo Federal, foi esplêndido, repleto de militantes, empresários e políticos. A presidente Dilma não falou tão bem quanto o companheiro Lula (e isto nós já estamos acostumados a saber!), mas recebeu total apoio do público.
Ao ler o Plano, disponível no site da Presidência, observei algumas coisas:

• O leiaute é muito agradável e inteligente
• O plano é bem explicativo e objetivo
• 59% dos pobres estão no Nordeste – região mais explorada durante anos, tanto pela Coroa Portuguesa, quanto pelos empresários e indústrias do eixo Sul-Sudeste
• 71% dos pobres são compostos por negros – raça mais explorada desde a colonização
• 51% têm até 19 anos de idade - E desses 51%, 40% tem até 14 anos de idade
• 26% são analfabetos (15 anos ou mais)

Não pude deixar de perceber e esclarecer que:
• O objetivo principal é promover a inclusão social e produtiva da população extremamente pobre
• Além de elevar a renda familiar per capita
• E ampliar o acesso aos serviços públicos, às ações de cidadania e de bem estar social

Mas como o Governo Federal vai fazer isso?
• Com empreendimentos do PAC
• Usinas de etanol e biodiesel
• Minha casa, minha vida
• Bolsa família
• Qualificação profissional

Em momento algum, o Plano cita a educação como meio para acabar com a miséria, afirmando que um “país rico é país sem pobreza”, como diz o slogan do Governo Federal. Fica evidente que a educação não é prioridade para o país.

Esquece-se que o desenvolvimento industrial, crescimento econômico e renda per capita alta não indicam igualdade social; basta olhar para os Estados Unidos e Europa. Pior ainda: o Governo faz o povo pensar que os programas de assistência (Bolsa Família, Luz para todos, Água para todos, etc.) e emprego – na figura apoteótica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – são suficientes para acabar com a pobreza, elevar o nível de vida das pessoas, tornando-as mais felizes, e tornar o Brasil um país de primeiro mundo.

Isso pode até acontecer, não vou mentir. No entanto, acredito que dessa forma o Brasil tem a mesma chance de se tornar igual ou pior que os Estados Unidos: um país rico (muito rico!), desenvolvido, mas com individualismo exacerbado; preconceitos raciais, religiosos e entre as mesmas raças e religiões; e medo, desconfiança, de outros países e de si mesmo.

Para os políticos brasileiros, a educação não é prioridade, embora a Constituição diga o contrário. Até porque, se tirarem o conhecimento, fica mais fácil a dominação, e o povo se perde por falta de conhecimento.

Se o mundo acabar amanhã

Antes que o mundo acabe, eu quero fazer o que ainda não fiz.
Quero expor-me diante de fatos ainda intermináveis,
Sujeitando-se a olhares, pensamentos e palpites
Que alguém possa inquerir sobre mim.

Quero aproveitar o tempo que me é disponível,
Usando-o conforme as possibilidades sugeridas;
Buscar uma forma de fazer com que o tempo
Não passe ou acabe, e eu não o use.

Se tudo acabar amanhã, não quero mais adiar decisões.
Tenho que executar aquilo que preciso for,
A fim de que a consciência não me desgaste
Mais do que a notícia do fim do mundo!

Quero dizer coisas certas no momento em que lhe é devido.
Despertar nas pessoas motivos para viver a vida
De forma mais intensa, modesta e saudável,
Compartilhando os maus, e principalmente, os bons momentos.

Eu quero mostrar que a felicidade não é ausência de problemas;
Dizer que a tristeza está presente na vida de quem é feliz.
Explicar que o choro não pode ser maior
Que a certeza e confiança de que a alegria virá, mesmo que demorada.

E você, o que faria? Ou o que não faria?!

Coração

A vida é um combate constante
Cercada de adereços que a tornam
Desafiadora para quem quer vivê-la
Recheada de loucuras, de momentos intrigantes.

O coração... não há quem possa entendê-lo.
É tão difícil de examiná-lo!
Gerador de todas as emoções e sentimentos,
Capaz de nos deixar inquietos e exaustivos.

Não é nada fácil mantê-lo quieto.
Hora e outra acaba por nos desobedecer
Criando expectativas que não deveriam existir,
Precipitando-se, e "bagunçando o coreto".

Coração, quantas vezes tenho te dito
Para você dar uma trégua e se acalmar?!
Há quanto tempo disse para não desejar
Alguém que não aceita esse amor que pode ser infinito?!

Meu amigo coração, o que há de errado contigo?!
-Nada! Só espero ser compartilhado.
Cansei de viver pra mim mesmo;
Amor eu tenho pra dar, só falta ser correspondido!

É... tudo bem, tu não estás errado.
De fato, buscas apenas conhecer alguém
Capaz de receber o carinho, amor, gentileza
E de não ter medo de ser amada.

Coração, posso um conselho te dar?!
Se não te envolvesses tanto talvez sofrerias menos;
Talvez não quebrarias tanto a cara
E por muitas vezes não irias chorar.

Mas, também, poderias não descobrir
Momentos singulares e suaves da vida,
Presentes naqueles que não têm medo
De seus sentimentos e emoções repartir.

Coração, não tenho mais nada a falar
Nem sei se vais mesmo me ouvir!
Respostas talvez não encontres,
Mas sei que isso vai melhorar!

Negações e afirmativas

Não, eu nada sei sobre o dia de amanhã;
Até porque, se assim fosse, eu o relaxaria.
Melhor ficar sem saber, e aproveitar
O que o hoje tem a me oferecer.

Não, eu não sei aonde vou chegar
Nem mesmo o tempo que gastarei
Para chegar ao alvo, ao desejado.
Por isso, sigo em frente, e ao meu lado vai Cristo.

Sim, eu sei que nem sempre juntos estaremos;
Vai chegar o dia em que vamos nos separar:
Casamentos, viagens, doutorados ou “partidas”.
Por isso, quero aproveitar cada minuto.

Os momentos ao lado dos amigos,
Sejam de alegria, decepção ou irritação,
Foram os melhores já por mim vividos
E acredito que assim também foi convosco... ou não!.

Não, eu não fiz tudo como deveria ser:
Adiei respostas, esqueci compromissos;
Busquei agir quando me era exigido quietude
E fiquei calado quando deveria falar.

Certo, por muitas (e põe muitas!) vezes eu fui do contra:
Escolhas na contramão da maioria.
Queria sentir a diferença e assim mostrar
Que o oposto pode, sim, ser agradável.

Sim, eu já tive altos e baixos:
Já sofri perdas; já chorei por mim e pelos outros;
Já gostei sem ser “gostado”; já amei sozinho
E até me confundi sobre a amizade.

Sim, já chorei por amor e paixão!
É algo que não posso esconder.
Por muito tempo guardei meu amor
Para com uma pessoa certa compartilhá-lo.

Não, eu não vou deixar de amar!
Mesmo diante de tudo isso,
Prefiro continuar sendo romântico e passional,
Idealista, ao invés de reprimir minhas emoções.

Sim, eu espero em breve encontrar
Alguém capaz de receber todo o meu amor;
Sem reservas para ser amada
E, amando-nos, na recíproca viver.

Sim, valeu a pena tudo isso:
Sorrir, chorar, sofrer, amar!
Foi bom fazer muitos rirem
Não tão quanto as desilusões causadas.

Valeu a pena viajar ou ficar parado!
Foi bom ter fugido do mal
Foi bom ter sido pentecostal
Mesmo sabendo dos riscos!

Não, da gratidão não posso esquecer:
Minha história de vida é apenas um retrato
Do grande amor e cuidado
Daquele que um dia tudo criou.

Não, isso não é uma carta de despedida
Ou mesmo um testamento de justificação.
É apenas uma mostra de que quando
Desocupado, você pode fazer algo profícuo... ou não!

01:46 - No comments

Perguntas intrigantes

A ideia é provocar questionamentos e respostas do leitor. Por isso, fique à vontade para comentar, criticar, concordar, retificar, e até xingar... pois é pra isso que existe o moderador de comentários!!!

Por que alguém que possui muitas posses, estabilidade e sucesso é visto como louco, mas corajoso, exemplar e de bom coração quando usa o que tem, compartilha ou deixa tudo em favor dos menos favorecidos?

Por que uma pessoa de origem pobre que nunca teve muitas oportunidades e nem muitas coisas é visto como louco, medroso, fraco, irresponsável e abestado quando, perto de “crescer” na vida, deixa tudo em favor dos menos favorecidos ou mais favorecidos?

Por que se uma pessoa de família de classe média ou alta deixar de fazer Direito, Medicina ou Administração (sonho dos pais) para fazer Filosofia, Veterinária ou Turismo (vocação ou desejo pessoal) é vista como ousada, independente e idealista?

Por que outra pessoa de família pobre (ou mesmo que nem família tem) deixar de assumir emprego público, não querer cursar faculdade e não querer ir pra cidade grande para se tornar caminhoneiro, pedreiro, lavrador ou mecânico é visto como “sem-futuro”, que não aproveita as oportunidades?

Quem é visto com mais prazer e destaque: alguém que busca, durante toda a sua vida, seus objetivos e consegue alcança-los ou fulano que sempre viveu uma vida pacata, sem grandes objetivos ou ambições, nunca saindo do seu “mundinho”?

E se todo mundo fizesse Matemática? Ou se todos fizessem concurso? Ou se todos quisessem estudar em universidade pública?

E se ninguém quisesse ser gari, faxineiro ou auxiliar de escritório? E se ninguém quisesse ser pedreiro?
Como seria se todo mundo tivesse seu próprio negócio, empresa? E se todos fossem patrões, quem seria empregado?

Já pensou se todas as meninas fizessem chapinha? E se os homens fossem todos metrossexuais?
E se não existisse os campeonatos regionais, como alguns times conquistariam títulos no futebol, já que não conseguem em torneios mais expressivos?

Como seria se não houvesse discussões entre namorados ou casais?
E se todas as mulheres fossem feministas? Já pensou só homens machistas?
Por que os estupradores devem morrer primeiro?

Será que todos vão conseguir sair da pobreza e se tornar empresários, jogadores e artistas famosos?
Muitos vão conseguir deixar os vícios? Todos os rapazes e moças são prostitutas ou fazem pornô porque são safados?

E se cada um não buscasse o interesso próprio, mas sim o comum e melhor aos outros?
Alcançar os objetivos pessoais ou familiares não faz alguém melhor do que os outros. E não alcança-los não torna a pessoa mais indigna ou fracassada.

Ou não?!

01:44 - No comments

Viver

Viver e não ter a vergonha de ser feliz...

Parece redundância, mas viver é aproveitar a vida!
É saber aproveitar cada instante, cada momento e situação.
É não ficar preso às dificuldades
E estar pronto para enfrentá-las.

Seria fraqueza por nossa parte
Se ficássemos felizes apenas com os bons momentos
Seria negativo a nós
Se pensássemos somente no que não deu certo.

Viver é saber lidar com todas as situações
É saber equilibrar os momentos:
Não se conformar com o que não foi feito,
Não se exaltar com os planos realizados,
Sabendo que o sonho fracassado
É a chance para um outro começo.

Saber viver não é apenas curtir o momento,
Realizar os sonhos ou ter o par ideal
É entender que os sonhos, planos e desejos
Devem estar centrados no Pai celestial.

Saber viver é deixar de viver
É morrer pra si mesmo, entregar os desejos não mãos do seu Pai.
É entregar-se por completo
Como um rio chega ao mar.

É estar confiante em meio aos desafios,
Sabendo que mesmo que caia no caminho,
Aquele que o chamou pode então lhe levantar.

Saber viver é entregar a vida, os medos e temores
Nas mãos do Pai que um dia lhe criou;
É reconhecer seus pontos fracos,
Dizer que não é nada, frágil e debilitado
E mergulhar bem fundo no rio do Amor.

Não é fazer apenas o correto,
E estar livre ou isento de errar;
É, depois de falhar, buscar o acerto
Ter nas mãos um novo começo
E a chance de acertar.

Saber viver é amar a Deus em todos os momentos
Não apenas quando Ele fala com a gente
Quando as coisas dão certo,
Somos abençoados, entendemos sua vontade
E a sua presença se sente.

É entender que tudo ajuda para o nosso bem,.
Que somos mais que vencedores!
Que não importa o quanto falhamos, quantas experiências já temos:
O sol nasce pra todos,
O amor de Deus não morre!

Um dia Ele vai voltar
Tensões, medos, cargos, títulos: tudo vai acabar!
Sem nome no SPC, sem Campus pra pegar.
Adeus cadeira de férias!
Algo melhor me espera,
Lá vou eu pra meu lugar!

Não vou ter preocupação
Sem ninguém pra me atormentar
Sem a dor no coração
De enfrentar a decepção, após um “fora” eu levar.

Medo da morte não tenho
Muito menos do futuro.
Viver ou morrer?! Tanto faz!
Pois o viver pra mim é Cristo
Se eu morrer eu estou no lucro!

01:43 - No comments

Carta à ABU de Imperatriz

E ao Núcleo da ABU em Imperatriz, escreve:
Isto diz o jornalista (com diploma), o primeiro (secretário da ABU de São Luís) e o último (filho do casal Oliveira); aquele que tem os olhos do Gato Mestre, sorriso de Ben Afleck e barba de Hugh Jackman:

- Eu conheci a tua cidade! Como tu és receptiva e amorosa (uuuuuuu)! Tu me recebeste tão bem na casa de teu servo Epaminomas e me destes comidas (nada) saudáveis, e isto é bom!

Durante uma semana pude aprender mais sobre nossa missão - ou não! Vi como realizas as reuniões e como fazes aliança com pastores e igrejas. Vi como se portas diante de trabalhos como ação social.

Digo a ti, servo Epaminomas: tu és carteiro, mas rico - pelo menos em relação a lipídios, glicídios, carboidratos, livros e patrocinadora oficial da Champions League! Digo mais: eis que em tua casa há uma porta que quando fecha, ninguém abre, e quando abre, não vacile praibói, não deixa fechar novamente!

Oh ABU de Imperatriz! Tu tens um bom gosto musical; escutas coisas leves (Bride, P.O.D., Pearl Jam, Metal Nobre, Oficina G3) e às vezes coisas normais (Brooke Fraser, Hillsong, Vineyard, Vencedores por Cristo).

Como me recebeste em tua cidade, também te receberei em minha terra - ou não! Mas tenho contra ti algumas coisas: pares de escutar Luís Miguel! Procures dormir mais cedo, e ores para o clima melhorar, pois pense num lugarzinho quente e sem vento - é tão calorento, que quando passava nas ruas, as árvores estavam se abanando!

Eis que volto sem demora (antes de IPL)! Guarda o que tens para que nenhum te roube, abestalhado! Ao que vencer (Flamengo, Palmeiras ou São Paulo) será campeão, além de ir para a Libertadores!

Quem tem ouvidos ouça o Mp3 - mas com parcimônia!

Um herói diferente

Os filmes são algo fascinante, ainda mais quando eles fogem um “pouco” da realidade, como Matrix, Adagas Voadoras, Avatar, McGyver, entre outros. Os protagonistas também chamam bastante atenção, pois eles podem sofrer o quanto puderem (ou quiserem!), mas o final já sabemos qual é: o Van Damme vai encarnar o “Dragão Branco” e vencer a luta final; o Bruce Willis não vai morrer, pois ele é “Duro de Matar”; o Keanu Reeves vai conseguir ficar com a Sandra Bullock (seja no Velocidade Máxima ou em A Casa do Lago).

Ou seja, vai ter um final feliz, mesmo que o mocinho ou mocinha morra, como em “Armagedon” (no qual o Bruce Willis se “sacrifica” para salvar o genro Ben Afleck) e em “Um amor pra recordar” (Sullivan morre pelo grande amor, Landon, ah!!!).

O que podemos perceber é que em todos os filmes sempre quando se faz alguma coisa, algum benefício é em favor daqueles que fazem parte do “corpo” de amigos, isto é, das pessoas “legais”, “bacanas” e que podem retribuir de alguma forma o que foi feito a elas.

Os super-heróis trabalham em favor das pessoas de bem da sociedade. Os homens de guerra morrem pelo rei e por suas famílias. O policial leva uma bala para defender uma pessoa inocente (ou faz o contrário: joga a pessoa inocente para se defender!).

Mas nunca vemos ou vimos o contrário dessas situações, ou seja, algum “herói” morrer pelos marginais, por as pessoas que sonegam impostos, por aqueles que lhe caluniam, por aquela menina “safada” ou por aquele menino “galinha”, morrer por aqueles que não podem retribuir o bem feito a eles. Não, não teria “graça”, não faria sentido, não haveria “romantismo”!

Mas a Bíblia mostra um herói diferente. Na verdade ele é um anti-herói, pois ele foi capaz de escolher 12 homens desequilibrados (um era “afobado” e falastrão”; outros queriam os primeiros lugares; um queria uma revolução armada; outro medroso e ainda havia um certo Calabar, isto é, um “traíra”) e iniciar uma “jornadinha” de três anos e depois, ao invés de receber a coroação da mídia e os aplausos da população, preferiu morrer... aff...ralado!

Um herói diferente - parte 2

Um anti-herói chamado Jesus. E olha que o nome dele significa “salvação”! Ele sempre preferiu andar na contramão da escada rolante. Podia ter iniciado o ministério em show de pirafogia, com divulgações por toda parte (talvez cartazes, outdoors, TV, rádio, Twitter, Orkut, Formispring) e ter dito: “Hoje vocês vão ver quem eu sou! Hoje eu mostrarei o quanto eu sou forte e poderoso, capaz até de realizar milagres e sinais sobrenaturais. Hoje vocês vão ver a Glória de Deus!”.

Mas Jesus começou o ministério (sem precisar de um título) em um casamento (Jo 2.1-11). Fora convidado com a mãe e ainda achou de levar doze machos com ele! E o primeiro milagre não foi nada de mais, pois quase ninguém soube disso... não houve “atualização” no Orkut de Jesus! Jesus realiza o primeiro milagre em uma festa mal programada por um “casalzinho” de jovens, que se esquecera de comprar muitos estoques do elemento principal daquela festa: o vinho. Desceu muito, hein?!

Jesus teve a oportunidade conversar e “converter” pessoas influentes, “bacanas” e que pudessem lhe trazer um retorno rápido e eficiente, principalmente financeiro. Agora, ele conversou com uma mulher de um gueto periférico (Jo 4.1-29) - ato proibido e mal visto na época, assim como hoje; curou doentes que não iam direto ao ponto, que colocavam desculpas para viver daquela forma (Jo 5.1-15); curou dez homens, sabendo que apenas um iria voltar para agradecer (Lc 17.11-19); bebeu, comeu e conversou com pessoas que não mereciam, sejam elas pobres ou ricas.

Em outros momentos, Jesus teve a oportunidade de “sacudir” aquele povo, mas ele preferia “fugir” para os montes e orar sozinho. Certo dia, após realizar um dos maiores milagres já vistos (a multiplicação de cinco pães para mais de cinco mil pessoas), Cristo teve a “chance” de se ser visto e se tornar o que todos procuram: o palco, o ponto mais alto no pódio (Jo 6.15).

As pessoas queriam coroá-lo e torná-lo rei, pois o que ainda faltava para um homem de bem, que realiza coisas boas pelo povo, que fala e prega bem e ainda realiza milagres? Era o momento de Jesus dizer: “O braço poderoso de Deus estar aqui! Vamos iniciar uma nova história, um novo tempo de alegria e vitória! Aleluia!”.

E mais uma vez, o anti-herói nos decepciona: ele não quis o cargo de rei! E o que é pior: falou que não gostou disso, que o povo só ia atrás dele por causa da comida e dos milagres, e que ele não estava ali para isso, mas sim para mostrar era o próprio alimento eterno do povo (Jo 6.35). E sabe o que aconteceu? Os próprios seguidores de Jesus começaram a ir embora, pois aquilo que ele estava falando era muito difícil e ia atrapalhar o avanço do seu ministério.

E aí, alguém quer assistir ou continuar assistindo ao filme do “anti-herói”? Quem quiser pode encontrar uma poltrona não muito reclinável e, talvez, encontre pipoca ou refrigerante, eu disse talvez! Qualquer coisa é só sair da sala, e se quiser pode até pegar o dinheiro de volta, pois o bilheteiro pode devolver!

01:39 - No comments

É hora de descer do monte

É (foi) uma experiência nova, marcante e singular. Conviver durante vinte dias com pessoas de várias partes do país, com culturas, linguagens, personalidades e sotaques diferentes. Havia até gente de outras nações: três moças da Noruega e um jovem e uma jovem do Paraguay e uma indiana que mora no Canadá – tudo isso gerou um embaraço de idiomas, uma verdadeira Babel: poiiiirta, báh, meu, joia, cariocassssssss, oi genteeeeeeeee, farinha, guaraná Jesus, buenos morning...Giovanna!!!!!!!!

Batistas tradicionais, presbiterianos independentes e “brasileiros”, metodistas, luteranos (na verdade só uma pessoa, Jaqueline!), assembleianos pentecostais (ou não!), neopentecostais, calvinistas, armenianos e até crentes!

Muitas pessoas. Tantas diferenças. Um objetivo em comum: aprender sobre Cristo, sobre nós mesmos e sobre os outros. Um treinamento que não buscou simplesmente fazer, criar ou formar líderes, mas que tinha o objetivo de mostrar quem somos de fato, e o que precisamos fazer para sermos parecidos com Cristo, amando a ele e as outras pessoas.

Não sei o que é mais angustiante: lembrar dos bons momentos vividos (amizades criadas, exposições bíblicas, conversas, discussões sobre gênero, louvor, comunhão, brincadeiras, futebol de casais não-casados, sociais, piscina, parte prática, Dom Pedro, Lar Luterano, serenata que não existiu e comidas!) ou saber que um encontro com todos os participantes é quase um conjunto inexistente... mas pra Deus, nada é impossível, inclusive fazer algo que não existe em algo existente!

Descer do monte das “maravilhas”, descobertas e aprendizado não é tão fácil. Sair da Matrix, da surrealidade, do inacreditável é algo desafiador, instigante, conflituoso, que gera crise. É como deixar a liberdade de estar na rua ensolarada e entrar em um labirinto escuro. Esse labirinto escuro provoca o surgimento de dois tipos de pessoas, com traços semelhantes, mas com atitudes e finais diferentes.

Uma é aquela que estava na luz, onde via tudo com facilidade e perspicácia e agora estar em frente a algo totalmente contrário ao que vivia. Mas há um fator interessante e que pode mudar a situação: ela já havia estado naquele labirinto. Ela contara com ajuda de outras pessoas, que possuiam lanternas e puderam passar pelo lugar.

Agora, é preciso passar novamente pelo labirinto. No entanto, desta vez ela está sozinha e a bateria da lanterna vai durar pouco tempo. Ela não sabe o que fazer. Até entra no labirinto e anda um pouco, mas a bateria dar sinal de um fim próximo. Ela percebe que não pode andar mais e decide dar meia volta, seguindo para fora do labirinto.

A outra pessoa é aquela que viveu a mesma situação da anterior: estava na luz, mas é preciso entrar no labirinto e a bateria da lanterna também está fraca. Assim como a outra pessoa, ela entra no labirinto e anda um pouco, até perceber que a bateria da lanterna está fraca.

Diferentemente daquela pessoa, esta não se preocupa com a escuridão que ainda deve percorrer, pois ela já havia passado por lá outras vezes com algumas pessoas que a guiava. Então, ela segue, tateando aqui, ali, até ver um pouquinho de luz. Depois de muitas dificuldades, escuridão, tropeços e solidão, a pessoa sai do labirinto e chega ao destino.

Talvez esse texto ajude... ou não! Ou apenas só “problematize”! O certo é que a vida depende de escolhas, atitudes. Dependendo de qual escolhermos, teremos as respostas que esperamos ou então as consequências indesejadas.

Um convite indigesto

Se tem uma coisa que as pessoas gostam de receber é algum tipo de convite, seja para casamento, formatura, festa, emprego, viagem ou namoro. De sorte que esse convite é para proporcionar alguma alegria àquele que o recebe.

Na Bíblia, não encontramos muitos tipos de convites. E os que encontramos não são tão prazerosos. Tomemos o caso de Abraão: antes de se tornar o pai das multidões, o avô de Jacó teve que deixar tudo que planejara (o seu futuro) para seguir uma voz “misteriosa” e ir a um lugar que nunca houvera ido (Gn 12.1-9).

Antes de ser abençoado, Abraão recebeu um convite para deixar a estabilidade e facilidade em que vivia. Ele morava em um local bom de se viver, mas saiu sem saber para onde ia, morando em cabanas com a esposa, o sobrinho Ló e, posteriormente, com o filho Isaac.

Quando convidados por Cristo para deixarem a atividade que faziam e segui-lo pelas ruas e desertos, Pedro e os outros discípulos não receberam nenhuma garantia de segurança, estabilidade ou ausência de doenças. Pelo contrário: teriam um duro caminho, além de deixarem os planos, trabalhos e famílias para seguirem um jovem com ideias “diferentes”. Onde estava o convite para uma vida vitoriosa e “próspera”?!

Não, eles não tiveram uma vida normal, pois foram “presos, apedrejados, tentados, mortos, desamparados, aflitos e maltratados”; não usavam roupas e sapatos da grife, mas “andavam errantes pelos desertos e montes” (Hb 11.36-38).

Quando lança o convite para alguém o seguir, Cristo não promete vida boa, com vitórias, prosperidade, milagres, orações e campanhas respondidas ou a realização de sonhos e projetos. Mas Ele oferece uma cruz e, antes disso, pede que a pessoa morra pra si mesma, deixe suas vontades, colocando-as nas mãos daquele que a criou. Só depois disso, alguém pode seguir e servir a Cristo (Mt 16.24).

Ao longo dos anos, Deus tem feito o mesmo convite a homens e mulheres. Muitos deixaram o emprego e a vida pacata; outros morreram de forma trágica, sendo enforcados ou queimados; alguns morreram na “flor da idade”, deixando famílias ou mesmo nem deixando! E há aqueles que não precisaram deixar nada disso, mas serviram ao Senhor com o melhor que tinham.

Mas o que impulsionou tais pessoas a deixaram seus sonhos, planos e futuro e aceitaram um convite tão árduo?! “E aqueles que dizem isso mostram bem claro que estão procurando uma pátria para si mesmos. Não ficaram pensando em voltar para a terra de onde tinham saído. Se quisessem, teriam a oportunidade de voltar. Mas, pelo contrário, estavam procurando uma pátria melhor, a pátria celestial. E Deus não se envergonha de ser chamado de o Deus deles, porque ele mesmo preparou uma cidade para eles” (Hb 11.14-16)